quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Tudo tem um preço

O preguiçoso mete a mão no prato e não quer ter o trabalho de a levar à boca. Prov. 19:24. Pedro Lima, amigo de velhos tempos, contou-me que encontrou um camponês – dono de um bom pedaço de terra – sentado, fumando um cigarro de palha e queixando-se de sua terrível situação financeira. – Aqui dá milho? – perguntou Pedro. – Dá não, sinhô. – respondeu o camponês, com o seu sotaque típico do interior. – Dá mandioca? – Dá não, sinhô. – Dá soja, feijão, alguma outra coisa? – Dá não, sinhô. – Mas você já plantou? – Plantei não, sinhô. Pode-se colher algo que não foi plantado? É possível passar a vida lamentando a triste “sorte” e esperando de braços cruzados que o “destino” seja misericordioso com a gente. “O preguiçoso mete a mão no prato”, afirma Salomão. Ele deseja, anseia, quer, sonha e espera, como todo ser humano. Vê o prato das oportunidades ao seu alcance. Contempla como os outros fartam-se com os manjares deliciosos da prosperidade, felicidade e do êxito. Ele até coloca a mão no prato, mas não se dá ao trabalho de levar a comida à boca. Quer que tudo aconteça por acaso. A sabedoria leva a pessoa a entender que todo sonho tem um preço e que o preço do sonho é o trabalho. Construir um casamento feliz, por exemplo, requer esforço. O caminho mais fácil é o divórcio. Ser aprovado num exame, requer horas de estudo. A desculpa mais simples é dizer que a prova estava muito difícil. Educar filhos moral e emocionalmente sadios requer horas de paciência e dedicação. A saída mais atrativa é achar que providenciando recursos materiais para os filhos, a paternidade foi cumprida. Fazer dinheiro é fruto do trabalho e do domínio próprio. A solução mais cômoda é jogar na loteria. A figura que Salomão usa para descrever o preguiçoso é engraçada. Mas, usando a ironia, mostra a realidade de muita gente que não está disposta a pagar o preço dos sonhos. Dá trabalho? Sem dúvida! É difícil? Certamente! Mas lembre-se do provérbio: “O preguiçoso mete a mão no prato e não quer ter o trabalho de levar à boca.” Texto de Alejandro Bullón

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