segunda-feira, 10 de setembro de 2012
Por que me desamparaste?
Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que se acham longe de minha salvação as palavras de meu bramido? Sal. 2:1.
Por favor, não me deixe aqui mãe”, foi o clamor desesperado da pequena Alana, naquele trágico dia em que os seqüestradores chechenos se apoderaram da escola de Beslan, na Rússia.
Os seqüestradores forçaram Zalina a abandonar a filha de seis anos, em prantos. Somente assim ela poderia sair da escola salvando o filho de dois anos. Escolha terrível! Fazer o quê? Morrer ali com os dois filhos, ou salvar pelo menos um? As horas seguintes para Zalina foram literalmente o inferno. Cada segundo parecia ser uma labareda de fogo de sua própria consciência. Imaginava o que estaria acontecendo naquela noite com Alana, no assustador ginásio ao lado dos seqüestradores. Graças a Deus, no dia seguinte, ela teve de volta sua filha. Coberta de sangue, em choque, desidratada, mas viva.
Zalina sabe que um dia terá que olhar nos olhos de Alana e explicar por que teve que fazer aquela difícil escolha. “Isso deixa marcas”, ela se recrimina, “nós duas nunca mais seremos as mesmas.”
Séculos atrás, numa montanha solitária, pendurado numa cruz, Jesus exclamou: “Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” Não existe pior sentimento que o de solidão e desamparo. Você olha para todos os lados e não vê ninguém. O clamor de Cristo era mais dramático ainda, porque Ele afirmou muitas vezes “Meu Pai e Eu somos um”. O que foi que acontecera com aquela unidade maravilhosa?
Na cruz, o Senhor Jesus carregou sobre Si a culpa de todos nós e experimentou na própria carne a crueldade do pecado. Ao carregar voluntariamente a culpa da humanidade, Jesus chegou a conhecer o sentimento de desamparo e solidão que se apodera da criatura quando se afasta do Criador.
Inutilmente, o ser humano tenta achar o “seu” caminho sozinho, encorajado pelo existencialismo. O fracasso, a frustração e o vazio parecem persegui-lo sempre. Por que viver assim, se alguém já pagou o preço da culpa na cruz? É tão simples e ao mesmo tempo tão difícil para o orgulhoso coração humano aceitar a oferta divina. Mas é a única saída.
Antes de iniciar suas atividades de hoje, lembre-se de que você não precisa mais sentir-se só, porque um dia alguém, em seu lugar, já disse: “Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?”.
Texto de Alejandro Bullón
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